Tópicos Especiais em Organização da Informação: Abordagem Conversacional da Gestão Ontológica da Informação e do Conhecimento

PLANO DE ENSINO

Prof. Dr. Gentil José Lucena Filho

Estágio Docência: Ana Cristina Carneiro dos Santos

Profa. Dra. Lillian Maria Araújo de Rezende Alvares

Código: 382787

Portal da Disciplina: http://lillianalvares.fci.unb.br/

Horário: Quinta-Feira, 14h00 às 17h50

Ementa: Estudo e discussão de problemas relacionados à organização da informação relativos a acervos fotográficos, arquitetura da Informação, bibliotecas digitais, gestão dos patrimônios documentais, imagem e memória, inteligência organizacional e competitiva, políticas de informação do Estado, representação e organização da informação e do conhecimento.

Ementa Específica: Visão sistêmica das organizações humanas. Organizações como Redes de Compromissos. O “local de trabalho” (organização) como uma Rede Dinâmica de Conversações. Estrutura Triádica dos Compromissos. Conceitos de gestão, gerenciamento e governança corporativa. Tarefas, Relacionamentos e Identidade organizacionais. Correlação entre esses conceitos. O significado de ser humano em si mesmo e no contexto organizacional. O papel das conversas na dinâmica de funcionamento das organizações e, em particular, na prática da Gestão do Conhecimento, nas organizações. Conhecimento = Informação em Ação. Gestão do Conhecimento = Gestão da informação + Gestão da Ação. Conversações, coaching organizacional e gestão do conhecimento. Ferramentas práticas.

Síntese: A abordagem conversacional da gestão ontológica da informação e do conhecimento tem como sustentação teórica da ciência da informação a inteligência organizacional e competitiva. Considera que conhecimento é Informação em ação, abordando a Gestão do Conhecimento (GC) a partir da Gestão da Informação (GI) somada a Gestão da Ação (GA). Observando que na Sociedade do Conhecimento as atividades básicas nas organizações se realizam por meio de conversações, analisaremos a GAinvestigando a natureza conversacional das ações.Quando fazemos o que fazemos em nosso trabalho, por exemplo, que ações realizamos e que conversas estão presentes? Com quem conversamos quando estamos envolvidos na realização de nossas atividades individuais? Ou quando precisamos coordenar ações com outras unidades ou pessoas na organização, sem cuja coordenação não produzimos os resultados desejados, que conversas estão presentes? E nessas coordenações de ações, que novas realidades estamos criando? Estamos sendo eficientes e eficazes quando conversamos o que conversamos em nosso trabalho, da maneira como conversamos? Que conversas estão faltando? Que conversas estão excedendo? Como as conversas afetam o clima e a cultura da organização? Que competências conversacionais precisamos desenvolver?Todas essas questões serão abordadas na forma de laboratório, onde, por definição, teoria e prática se encontram. A exemplo do aprender a andar de bicicleta, que só se aprende bicicletando, nesta disciplina, aprenderemos a conversar, conversando!

Contribuição da disciplina para a GC na Ciência da Informação: Fundamentalmente, as organizações, públicas ou privadas, buscam ser efetivas no cumprimento de seus compromissos institucionais. Especificamente, precisam realizar sua missão e cumprir seus objetivos e metas institucionais. Isso acontece quando elas conseguem governar sua identidade, “gestionar” suas relações e gerenciaro cumprimento de suas tarefas (a esses três tipos de ações nas organizações, governar, “gestionar” e gerenciar, nos referiremos genericamente como gestão). A disciplina contribui para a realização desses desafios ao centrar-se na interpretação de que toda e qualquer organização é uma rede de compromissos, realizados literalmente por meio de conversações, e explorar a “anatomia” dessas conversações no dia-a-dia do contexto da gestão do conhecimento nas organizações, a disciplina se coloca no cerne do acontecer da dinâmica operacional da organização

Objetivos

4.1 Geral: Desenvolver nos estudantes a capacidade de se tornarem observadores diferentes, mais efetivos no trato de fenômenos organizacionais relacionados à Gestão do Conhecimento, mais especificamente, à Gestão da Ação, no contexto da Ciência da Informação.

4.2 Específicos

  • Dar visibilidade às conversas nas organizações como práticas básicas nas atividades da Gestão do Conhecimento nas organizações.

  • Desvendar competências conversacionais embutidas na natureza dos processos de Gestão do Conhecimento nas organizações em geral e, em particular, na perspectiva das organizações como redes de compromissos conversacionais.

  • Em caráter introdutório, desenvolver e colocar em prática essas competências, no contexto das atividades profissionais dos estudantes da disciplina em suas organizações / prática profissional.

  • Apontar temas de pesquisa correntes relacionados à Gestão do Conhecimento na perspectiva das conversas nas organizações.

  • Relacionar a Gestão do Conhecimento com disciplinas e práticas da Aprendizagem Organizacional e do Coaching Organizacional.

  • Apresentar bases de um Modelo de Maturidade Conversacional (MMC) em desenvolvimento, no contexto da disciplina e do grupo de pesquisa Inteligência Organizacional Competitiva (IOC) que a suporta.

Conteúdo Programático

Unidade 1: Introdução. Aspectos filosóficos, teóricos e metodológicos da abordagem conversacional à teoria e prática da Gestão do Conhecimento nas organizações, na perspectiva da Ciência da Informação.

Unidade 2: Os fenômenos do Observador e da Aprendizagem Organizacional na perspectiva da Gestão do Conhecimento nas Organizações.

Unidade 3: Competências conversacionais na prática.

Unidade 4: Temas para pesquisa sobre conversas nas organizações na prática da Gestão do Conhecimento.

Procedimentos de Ensino: A disciplina será desenvolvida sob a forma de laboratório de aprendizagem (“metodologia de laboratório”), a partir de experiências vivenciais iluminadas pelos marcos teóricos da disciplina e sua aplicação prática em situações espelhadas na vida real dos estudantes. As aulas expositivas serão fortemente baseadas em interações e discussões, perseguindo-se a ideia básica de, sempre, se privilegiar mostrar o fenômeno, provocando reflexão na ação, ao invés de simplesmente transmitir conceitos, dar explicações.

Procedimento de Avaliação: A maneira como vamos avaliar está fortemente ligada ao que vamos avaliar (aquisição de competências) e à maneira como vamos trabalhar (ver Item Metodologia e Recursos) no desenvolvimento do curso. Mais especificamente, vamos desenvolver a avaliação da aprendizagem observando o comportamento/desempenho do estudante no que se refere à sua participaçãonas atividades desenvolvidas em sala (aulas expositivas, sketches, discussões, etc.) e ao seu desempenho na realização das tarefas.Nestas últimas, serão observados:

  • A acuidade na identificação e uso das distinções apresentadas em sala e nos textos.

  • O aporte de reflexões próprias sobre os tópicos desenvolvidos.

  • A Atitude de aprendizagem demonstrada nas discussões (basicamente, a capacidade de indagação e de exposição/proposição).

  • Relatos de vivências reais (experiências práticas) relacionadas aos textos, seja no domínio do espaço de trabalho, seja noutros domínios


Referências Básicas

ECHEVERRÍA, R. Ontologia del lenguaje. 4. ed. Santiago, Chile: Dolmen Ediciones, 1997.

FLORES, F. Creando organizaciones para el futuro. 4. ed. Santiago, Chile: DolmenEdiciones, 1996 

KOFMAN, F. Metamanagement: o sucesso além do sucesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

KOFMAN, F. Metamanagement: a nova consciência dos negócios. Seattle: Willis Harman House, 2002.

 

Referências Complementares

AVILA, J. C; LUCENA, FILHO. G. J; FIGUEIREDO, R. M. C. Competências conversacionais para a governança corporativa. iSys Revista Brasileira de Sistemas de Informação, v. 10, n. 2, p. 85-110, 2017.

BRAGA, S. D. O. (2007). O coaching ontológico como instrumento de desenvolvimento de equipes de trabalho. 2007. 221 f. Dissertação (mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação) - Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF. 2007.

CASTILHO, W. F.; LUCENA FILHO, G. J.; PRADO, H. A.; FERNEDA, E. An interpretation process for clustering analysis based on the ontology of language. In: PRADO, H. A. do; FERNEDA, E. Emerging technologies of text mining: techniques and applications. Hershey, PA: Information Science Reference, 2008. p. 297-320.

 ECHEVERRÍA. R. Confiança viga mestra da empresa de futuro. Instituto Ethos. Ano 3, n. 7, 2002.

ECHEVERRÍA. R. El ciclo de lapromesa: eslabón básico de coordinación de acciones. Santiago: Newfield Consulting. 1998.

ECHEVERRÍA. R. Ontología del lenguaje. Santiago: J. C. Sáez Editor, 2011.

FLORES, F. Promesas, confianza e identidad publica. Santiago: Redcom Chile S. A., 1994.

FLORES, F. Conversaciones para laacción: inculcando una cultura de compromisoennuestras relaciones de trabajo. Bogotá: Lemoine Editores, 2015.

FLORES, F. Creando organizaciones para el future. Santiago: Dolmen Ediciones, 1997.

GRATTON, L.; GHOSHAL, S. Improving the quality of conversations. Organizational Dynamics, v. 31, n. 3, p. 209-223, 2002.

KOFMAN, F. Metamanagement: a nova consciência dos negócios. Edition. São Paulo: Antakarana Cultura Arte Ciência/Willis HarmanHouse, 3 volumes. 2002.

LUCENA FILHO, G. J. Competências conversacionais: um diferencial no gerenciamento de projetos. MundoPM (Curitiba), v. Ano 6, p. 75-80, 2010.

LUCENA FILHO, G. J.; CAMPOS, R. P.;OLIVEIRA, S. C.;MORALES, M. A technontological framework to conversations for KM: conception and potential applications. In 9th International Conference on Intellectual Capital, Knowledge Management & Organisational Learning (ICICKM), Colômbia. 2012. 

LUCENA FILHO, G.; MORALES, M. Que tipo de profissionais estamos formando? relato de uma experiência. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DE ENSINO SUPERIOR EM COMPUTAÇÃO, 12., 2004, Peru. Anais... Peru, Arequipa, Peru,2004.

MATURANA R. H.; VARELA G., F. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. São Paulo: Palas Athena, 2001.

MENGIS, J.; EPPLER, M. Understanding and managing conversations from a knowledge perspective: an analysis of the roles and rules of face-to-face conversations in organizations. Organization Studies, v. 29, n. 10, p. 1287-1313, 2008.

ROSES, L. K.; BRITO, J. C. B; LUCENA FILHO, G. J. Modelo de competências conversacionais para o alinhamento estratégico entre tecnologia da informação e negócio. JISTEM Journal of Information Systems and Technology Management, v.12, n.1, p.125-144, 2015. Disponível em < http://www.jistem.fea.usp.br/index.php/jistem/article/view/10.4301%252FS1807-17752015000100007%252F/500>. Acesso em: 9 jul. 2018.

SANTOS, I. M. G. L. Competências relacionadas à aprendizagem organizacional em equipes de projetos. 2008. 169 f. Dissertação (mestrado em Gestão do Conhecimento e da Tecnologia da Informação) - Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF. 2008.